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Polícia

Contador do filho de Lula é alvo de busca pelo Gaeco

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O contador João Muniz Leite, que prestou serviços para o filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é um dos focos da Operação Fim de Linha. A iniciativa foi lançada na manhã de terça-feira, 9, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MPSP).

O mandado de busca e apreensão para coletar evidências que possam corroborar as suspeitas de que Muniz seria um personagem chave na criação do esquema de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) através da empresa de ônibus UPBus, foi emitido pela 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores de São Paulo.

A Operação Ataraxia, realizada pelo Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), inicialmente investigou Muniz em 2021 por suspeita de acumular 55 prêmios de loteria. Contudo, meses depois, ao ser interrogado, ele admitiu ter vencido em 250 ocasiões em diversas loterias diferentes.

Segundo dados divulgados pelo jornal O Estado de S. Paulo, houve um aumento no número: o contador e sua esposa, Aleksandra Silveira Andriani, juntos, foram vencedores 640 vezes na Lotofácil, Mega Sena e Quina.

A conclusão do inquérito realizado pela Polícia Federal (PF) aponta que Aleksandra ganhou 462 prêmios entre 18 de dezembro de 2020 e 25 de novembro de 2021, totalizando R$ 2,45 milhões, após fazer apostas no valor de R$ 2,14 milhões. O marido dela, por sua vez, entre 3 de janeiro de 2019 e 17 de abril de 2021, foi premiado 178 vezes, acumulando ganhos de R$ 17.528.815, após ter feito apostas no valor de R$ 381.625.

No mês de junho de 2022, a decisão de bloquear R$ 45 milhões em propriedades e ônibus de membros do PCC e do contador foi tomada pela 1ª Vara de Crimes Tributários. A ação foi realizada sob a alegação de que Muniz estava usando o dinheiro proveniente de atividades criminosas para apostar em loterias.

Em depoimento, Muniz admitiu que sua primeira aposta foi financiada por seu ex-cliente, o traficante Anselmo Becheli Santa Fausta — o “Cara Preta” — que deu aproximadamente R$ 8 mil para que eles pudessem participar de um bolão.

No seu testemunho, Muniz confessou que sua primeira aposta foi patrocinada por seu ex-cliente, o narcotraficante Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta”, que contribuiu com cerca de R$ 8 mil para que eles pudessem entrar em um bolão.

No decorrer da apuração acerca do domínio do sistema de transportes pelo PCC, os detetives descobriram indícios de uma ampla rede de transações empregada para a lavagem de dinheiro proveniente do crime organizado. Esta rede engloba escritórios de contabilidade, intermediários, fundos de investimento imobiliário, companhias de crédito e débito, bem como distribuidoras de combustível.

 

Conexões com Lula

Por muitos anos, Muniz foi um dos homens de confiança do advogado Roberto Teixeira, o compadre de Lula, informa o Estadão. Ele também trabalhou como contador do filho do presidente Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, e já prestou serviços para o próprio Lula.

O contador chegou a ser ouvido como testemunha durante a Operação Lava Jato no processo do caso do triplex do Guarujá, pelo então juiz Sergio Moro. Na ocasião, Muniz afirmou que fez a declaração de Imposto de Renda de Lula entre os anos de 2011 e 2015, no escritório de Roberto Teixeira, a quem prestou serviços por 14 anos. Muniz atuava como contador de suas empresas, que incluem um escritório de advocacia e duas firmas de administração de imóveis.

O Ministério Público Federal (MPF) solicitou a audição na investigação acerca da suposta falsificação de recibos de uma propriedade próxima à de Lula, localizada em São Bernardo do Campo. O contador refutou a alegação de que os recibos eram falsificados.

Entre 11 de novembro de 2019 e 31 de julho de 2023, conforme informações da Junta Comercial de São Paulo, uma das empresas de Lulinha, “G4 Entretenimento e Tecnologia Digital Ltda.”, permaneceu registrada no mesmo local que o escritório de Muniz, situado em Pinheiros, na zona oeste da cidade.

Os advogados de Lulinha afirmam que as investigações envolvendo Muniz nunca implicaram o filho do presidente. O Palácio do Planalto, por sua vez, declarou que Lula não possui vínculos com o contador, que realizou apenas algumas vezes a declaração de Imposto de Renda do petista. As informações são da Revista Oeste.

 




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